Quase uma década após a sua estreia oficial, o espetáculo teatral “Baquaqua – Documento Dramático Extraordinário”, volta em cartaz e denuncia o apagamento histórico da população negra e revela a história da única autobiografia de um escravizado no Brasil. As apresentações fazem parte da reinauguração do espaço Cia do Pássaro – Vôo e Teatro, que após uma grande reforma, abre as portas com uma programação variada.
Encenado pelos experientes atores Alessandro Marba e Breno da Matta, a peça narra a jornada de Mahommah Gardo Baquaqua, nascido no reino de Bergoo (atual Benin), é traficado para o Brasil como escravo. Após escapar do país, Baquaqua viveu entre Haiti, Estados Unidos e Canadá. Durante esse tempo trabalhou com o editor, Samuel Moore, responsável por publicar as suas memórias, até desaparecer misteriosamente em 1857.
A direção e dramaturgia é de Dawton Abranches e Dione Carlos, que propõe nos 60 minutos de duração da peça, uma encenação com alegorias para contar a vida do escravizado, na qual os atores se intercalam entre o papel de narradores, figuras opressoras que aparecem em cena e do próprio Baquaqua.
O espetáculo é totalmente gratuito e fica em cartaz de 02 a 24 de agosto, com sessões aos sábados às 20h e aos domingo às 19h no próprio espaço da companhia, localizado na rua Álvaro de Carvalho, 177, centro da capital paulista.

Programação além do teatro
Além das sessões do espetáculo, uma programação de atividades variadas compõe o novo espaço da companhia, dois núcleos de pesquisa terão início ainda neste semestre. Além disso, o espaço promoverá, até outubro de 2026, mostra teatrais de pequenos formatos, um festival musical e a abertura gratuita para grupos de diversas linguagens artísticas ensaiarem.
Com 14 anos e em plena atividade, a Cia do Pássaro – Vôo e Teatro soma-se a uma calçada cultural em amplo desenvolvimento. A sede do grupo é vizinha de outros dois espaços: o Instituto Capobianco e o Grupo Redimunho, além da Ocupação Nove de Julho.
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