Banda Capote resgata o espírito descontraído da geração anterior do rock

banda capote
crédito: Lucas Shtorache

Cinco amigos, um único sonho: viver da música. À primeira vista, a história da banda Capote não é tão diferente de tantos outros grupos de garotos que gostam de Rock e se juntam para fazer shows, viajar e gravar canções. Mas, ao aproximar uma lupa mais cuidadosa, é possível perceber sensíveis particularidades na história desses jovens de Santos, no litoral paulista.

Pedro Cosme (vocal), João Pedro Oreggia (guitarra e vocais), Johnny Freitas (guitarra e vocais), Cassiano Guedes Carduz (baixo e vocais) e João Pedro “Truck” Gonçalves (bateria) fundaram há um ano a banda Capote.

O nome é um indicativo forte do espírito do conjunto. Ela faz menção à gíria “capotar”, muito usual na cidade litorânea onde nasceram e ainda vivem. “A gente queria usar uma palavra que representasse muito Santos, mas que também passasse uma mensagem das nossas letras. Foi aí que veio a palavra ‘capote’, que é sobre alguém que leva um tombo, mas também consegue dar a volta por cima”, diz João Pedro “Truck”.

A banda está lançando seu primeiro EP pelo selo Turtle’s Audio, com cinco faixas autorais. As músicas, embaladas pelo rock alternativo dos anos 1990, passeiam por temas como desilusões amorosas (Joelho Ralado); desafios do recomeço diante do medo da estagnação (Eu, Pesadelo); flerte (Céu Aberto); temas políticos (Propaganda) e assuntos nostálgicos da infância (Essência).

“Eu acabo sendo o responsável pelo processo de composição, mas as músicas só são finalizadas com a participação de toda banda. A gente vai construindo a melodia em conjunto e até modifica as letras à medida que a necessidade vai surgindo”, pontua o vocalista Pedro Cosme.

O paralelo com talentosos jovens que saíram de Santos para ganhar o Brasil tocando Rock and Roll é inevitável. A banda Capote tem inúmeras ligações diretas com a lendária Charlie Brown Jr, sucesso absoluto entre os anos 1990 e 2000.

A primeira formação da banda liderada por Chorão, quando ainda se chamava What’s Up”, começou na casa do guitarrista João Pedro Oreggia. “Ainda tenho guardado uma das primeiras letras escritas por Chorão, ainda em inglês”, lembra.

De todos os integrantes da Capote, Johnny Freitas é o maior fã. Atualmente, ele trabalha como luthier (artesão especializado na construção, reparação e ajuste de instrumentos de cordas) e tem acesso direto à guitarra usada por Marcão, na época do Charlie Brown Jr.

“É um orgulho e prazer enorme ter esse acesso a um instrumento que é parte viva da história do rock brasileiro”, comemora.

“Trabalhar com essa galera foi muito mais do que apenas uma tarefa. Foi uma colaboração verdadeira e divertida. A energia que a banda transmite é algo que não se encontra facilmente. A vibe de Santos tem uma essência própria, uma mistura de força e leveza. E isso é transmitido diretamente no som deles. O que eles criam é autêntico e cheio de alma”, celebra o produtor Victor Hugo Gal, do selo Turtle’s Audio.

No dia 24 de novembro, a Capote faz a primeira apresentação, ao vivo, do novo EP. O show será na Casa AlgoHits, na Vila Madalena, em São Paulo. A Capote é uma das convidadas do Festival Banda de Casinha.

“Esse é um festival que abraça muito a gente e bandas de outras cenas do Brasil. Apesar de termos pouco tempo como banda, já conquistamos um público fiel e cativo que nos acompanha. Com esse novo EP, queremos consolidar esse trabalho e expandir nosso público”, diz João Pedro Oreggia, guitarrista.

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Written by CarolinaDidonet

Jornalista, 24 anos, é apaixonada pelo mundo da música e do entretenimento. Trabalha na área há mais de 6 anos. A playlist é uma bagunça total e toca um pouco de tudo.

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