Nos dias 19 e 20 de dezembro, o Theatro Municipal de São Paulo recebe um encontro inédito entre dois grandes nomes brasileiros do palco mundial. Multipremiado no teatro e teatro musical e um dos artistas mais celebrados de sua geração, Beto Sargentelli fará sua estreia no maior palco lírico do país ao lado do barítono Paulo Szot, vencedor do Prêmio Tony, na monumental Missa, de Leonard Bernstein. A obra marca também o reencontro de Sargentelli com o universo do compositor de West Side Story, musical no qual brilhou como protagonista recentemente. A montagem, que integra o repertório da produtora Aventura e tem retorno já previsto para 2026, permanece como um marco importante da relação do ator com Bernstein.
Com regência de Roberto Minczuk, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta a Missa de Bernstein, composta em 1971 a pedido da família Kennedy para a inauguração do Centro John F. Kennedy. Misturando trechos da missa católica tradicional em latim a textos em inglês, a obra incorpora elementos de teatro musical, rock, jazz e canções de protesto, refletindo o espírito contestador dos anos 1970. Inicialmente criticada, a peça ganhou reconhecimento com o passar das décadas, chegando a ser apresentada no Vaticano em 2000. Grandiosa e atual, propõe uma reflexão sobre fé, liberdade e opressão, reunindo a Orquestra Sinfônica Municipal, os coros Paulistano, Lírico, Infantojuvenil, Street Choir e o barítono Paulo Szot.
A participação de Sargentelli em Missa marca um momento especial em sua trajetória e coroa um ano particularmente significativo. Além da estreia no Theatro Municipal, onde interpretará um dos solos mais marcantes da obra, o ator reforçou em 2025 sua posição como um dos protagonistas mais destacados do teatro musical brasileiro à frente do espetáculo original O Rei do Rock, no qual interpreta Elvis Presley desde 2024. A produção, que se tornou um fenômeno artístico e popular, já soma mais de 30 prêmios, indicações e honrarias, reafirmando o talento do artista para personagens de grande densidade dramática e vocal. Visto por mais de 90 mil pessoas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, o musical ainda levou Sargentelli ao centro de importantes conversas sobre produções nacionais de grande porte.
Agora, sua atuação em Missa, obra híbrida que une teatro, concerto, coro e dramaturgia, representa não apenas uma expansão artística, mas também um novo patamar em sua relação com repertórios clássicos. Ao dividir o palco com Paulo Szot, um dos intérpretes brasileiros de maior prestígio internacional, Sargentelli amplia sua versatilidade e se aproxima de um público que também frequenta o circuito lírico, fortalecendo sua presença no cenário cultural.
O fim de 2025, contudo, não é marcante apenas na esfera profissional. No dia 1º de dezembro, Beto celebrou o nascimento de seu primeiro filho, Bento, fruto do relacionamento com a atriz e cantora Eline Porto. O artista encerra o ano vivendo, simultaneamente, um auge artístico e pessoal — um alinhamento raro que torna sua estreia no Theatro Municipal ainda mais significativa.
Com carreira em plena ascensão, trânsito entre o popular e o erudito, reconhecimento crítico e forte conexão com o público, Beto Sargentelli — que completa 20 anos de trajetória em 2026 — chega ao palco do Theatro Municipal como um dos nomes mais completos do teatro brasileiro contemporâneo, em duas únicas apresentações que prometem ser memoráveis para o artista e para o público paulistano.
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