Crítica | O Combinado Não Sai Caro

O Combinado Não Sai Caro (Permitidos, 2025), longa-metragem brasileiro de comédia, produzido pela Ventre Studio em coprodução com Star Original, estreia, exclusivamente, na rede de cinemas Cinesystem, a partir do dia 08 de maio de 2025, com classificação indicativa 16 anos e 80 minutos de duração.

Dirigido por Luiz Pinheiro, o filme conta com um elenco talentoso, que inclui Bárbara Paz, Juliana Didone, Emílio de Mello e Isabela Mariotto, além do casal de protagonistas, Lara Tremouroux e Felipe Frazão, bem como, participações especiais de Rejane Faria, Christian Malheiros e Geraldinho.

A trama acompanha Maia (Tremouroux) e Caetano (Frazão), um casal jovem que, após um ano de convivência, precisa formalizar sua união estável para obter benefícios no plano de saúde. No meio dessa burocracia, surge uma brincadeira entre amigos: cada um escolhe um “permitido”, alguém com quem poderiam ficar sem que isso fosse considerado traição. O que começa como uma ideia hipotética logo se torna realidade, levando Maia e Caetano a questionarem os limites e desejos dentro da relação.

O filme aborda temas modernos como liberdade afetiva, insegurança e os desafios da monogamia. A narrativa é conduzida com leveza, mas sem perder a profundidade necessária para provocar reflexões sobre os acordos tácitos e explícitos que sustentam os relacionamentos.

O elenco atua de forma tão natural que até as situações mais improváveis e quase caricatas acabam soando plausíveis. Importante destacar a atuação de Lara Tremouroux, pois, dá para sentir o dilema interno de Maia conforme a trama avança, e isso faz com que o público se conecte com suas dúvidas e inseguranças.

O diretor Luiz Pinheiro imprime um ritmo ágil à narrativa – praticamente, tudo acontece durante a festa de aniversário do pai de Maia – utilizando diálogos afiados e situações cômicas que mantêm o público entretido. A direção acerta ao criar um ambiente que reflete a realidade de muitos casais atualmente, sem cair em caricaturas exageradas.

Para os desavisados que forem assistir ao longa-metragem, já deixo claro que, não é todo mundo que está preparado para esse tipo de conversa que o filme – direta e indiretamente – propõe. Então nada de sair falando mal da obra, sem motivo.

Embora o “passe livre” entre casais seja uma realidade para alguns, muitos preferem fechar os olhos e fingir que essa possibilidade não existe. O longa, devido a sua temática, não agradará a todos, justamente porque encara, ainda que de forma cómica, temas que fogem do padrão idealizado dos relacionamentos.

Vivemos em uma sociedade que costuma valorizar a monogamia sem questionar seus limites, e discutir abertamente alternativas como o passe livre pode ser desconfortável para muitos. Mesmo que esse tipo de acordo aconteça na prática, o discurso popular muitas vezes evita debater essas questões, deixando de reconhecer que uma conversa honesta sobre amor, liberdade e desejo pode ser extremamente enriquecedora.

Em resumo, “O Combinado Não Sai Caro” é uma comédia inteligente que brinca com as convenções dos relacionamentos sem perder a sensibilidade. Com um roteiro bem estruturado e atuações cativantes, o filme se posiciona como uma das produções nacionais mais interessantes do ano.

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