O quarto filme da franquia apresenta a realidade da época dos conflitos étnicos raciais em San Francisco.
O diretor Chen Sicheng retorna com um longa de muita ação e humor, com um tom investigativo após ter passado por Bangkok, Nova York e Tóquio, compondo uma franquia que está entre as 20 maiores bilheterias chinesas.
Com temas atuais, como a descriminação, as explorações dessas questões sociais e históricas num primeiro momento oferecem entretenimento cinematográfico com piadas e boas cenas coreografadas de ação.
No segundo tom, a experiência promove reflexões com uma trama centrada na lei norte-americana Exclusão Chinesa, expondo a violência e marginalização frutos da xenofobia que entram em conflito com a promessa do sonho estadunidense de liberdade.
O roteiro mescla a crítica, que questiona e vai contra em certos pontos dos típicos blockbusters do gênero. Na direção também de Mo Daí, os protagonistas Wang Baoqiang e Liu Haoran estão sobre uma nova roupagem, numa dinâmica entre os imigrantes chineses e a sociedade dos Estados Unidos, incluindo os indígenas originários daquele território.
Apesar de todo o jogo entre graça, luta e mistério fazer a roda funcionar até que bem, infelizmente nem todos os estereótipos são desconstruídos, como o personagem que divide o protagonismo o “Ah Gui” que mesmo tendo também ascendência chinesa, e possuindo o arco narrativo de vingança não fugiu do clichê de recurso místico.
O motor da história é um assassinato trágico envolvendo a filha de um congressista, com o principal suspeito sendo o filho do homem responsável pela maior influência dentro do distrito ou bairro chinês.
A produção pode ser considerada luxuosa e potente, com elementos que lembram a estética de desenhos animados, principalmente no quesito dos detalhes do figurino e cenário traduzindo o equilíbrio da tradição da comunidade e inovação de uma nova perspectiva de revolução dos imigrantes.
É preciso insistir um pouco depois dos primeiros minutos para acessar o conteúdo social, para ser realmente fisgado pela estreia do novo capítulo desta história, que também é contada através de uma série de TV ligada diretamente no mesmo universo.
Com a distribuição da Sato Company, o filme chegou aos cinemas brasileiros em 15 de maio, com grandes promessas dividindo a atenção entre as risadas e a tensão da suposta narrativa na contramão do gênero dentro de Hollywood, representando outras grandes potências da indústria cinematográfica mundial.
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