“Do Sul, a Vingança” é uma produção nacional realizada inteiramente no Mato Grosso do Sul, onde temos uma trama de investigação com pitadas de humor.
Com o baixo orçamento de R$ 397 mil, o longa deixa transparente na tela as limitações que a equipe enfrentou, a ponto de não ser possível disfarçar a falta que o dinheiro fez. Normalmente, essa limitação força todos a usarem sua inventividade para adaptar cenas, mas, pelo que parece, o diretor Fábio Flecha acabou não se ajustando a essa barreira.
O escritor de livro-reportagem Lauriano ( Felipe Lourenço) está em busca de material para um novo trabalho, até que decide ir para a conturbada fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia, onde o crime organizado reina. Lá, encontra seu tão sonhado tema para o livro, mas se envolve em um conflito entre o narcotráfico e a política.
Apesar dessa trama investigativa abordar temas como narcotráfico, contrabando e corrupção, tudo é conduzido de maneira leve, cômica, beirando o absurdo, com personagens extraordinariamente caricatos. Esse contraste é adotado para dar mais leveza ao tema e, muito possivelmente, tornar as limitações técnicas e orçamentárias “divertidas”.
Mas, infelizmente, não há constância nessa entrega. Mesmo com as dificuldades de se fazer um cinema de guerrilha — com pouco dinheiro —, o diretor Fábio Flecha ainda aposta no que deveriam ser cenas de ação, que mais parecem uma novela de baixo orçamento.
Personagens como Jacaré (Espedito Di Montebranco) sustentam a trama e entregam uma seriedade que equilibra a dissonância de tom ao redor de seus companheiros de cena. Seu destaque o eleva em cena, mas também evidencia a falta de constância do restante da história.

Do Sul, a Vingança é um longa inconstante, bipolar na escolha de tom, além de não fazer as devidas adaptações que suas limitações técnicas e orçamentárias pedem.
“Do Sul, a Vingança” chegou aos cinemas no dia 15 de maio
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