Celebrado em 28 de junho, o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ vai além da celebração — é um marco de resistência, visibilidade e luta por igualdade. Neste ano, um dos nomes mais populares do pop/funk, O DJ e produtor Pedro Sampaio subiu no último domingo (22), pela primeira vez em um trio da Parada de São Paulo.
No ano de 2023, o artista se assumiu publicamente como bixessual durante sua apresentação no Lollapalooza. Ele vem quebrando padrões no cenário musical e aumentando sua conexão com o público LGBT+, além de mostrar que seu som e sua voz têm impacto dentro e fora dos palcos. A Conexão Beat conversou com o cantor que abriu um pouco sobre quebrar padrões dentro do pop e funk heteronormativo, conquistas e o signficado do mês do orgulho.
Confira a entrevista na íntegra abaixo:
No início da carreira, você manteve sua vida pessoal mais discreta. Em que momento isso começou a mudar?
No início todos nós, artistas, temos um espaço a conquistar. A gente sente que tem algo a provar e que isso precisa vir por meio do nosso trabalho, nossa arte. Eu não queria ser reconhecido pelo que acontece na minha vida pessoal, mas sim pelas minhas músicas. Conforme as pessoas passaram a saber quem era o DJ Pedro Sampaio, o Pedro pôde se mostrar um pouquinho mais.
Como foi o processo de se assumir publicamente enquanto sua carreira explodia?
Foi um processo natural até. Sei que sou muito privilegiado por ter tido a rede de apoio que tive, minha família, meus amigos, meus fãs. Mas não foi algo que eu planejei durante muito tempo, apenas foi chegando um momento em que eu me senti mais preparado pra deixar as pessoas conhecerem mais minha intimidade.
Como foi trazer a quebra de padrões dentro do pop/funk heteronormativo?
Acredito que não sou um funkeiro “padrão” desde o início. O set do meu show, por exemplo, é super eclético, eu toco meus funks, claro, mas também brinco com outros ritmos, gosto de trazer a pluralidade do Brasil pro palco. Isso se reflete no meu público, que é super variado em gênero e idade. A comunidade LGBQIAPN+ sempre me abraçou, desde o início. Então quanto mais me sentia abraçado por esse público, mais fácil foi ficando para tomar a decisão de falar sobre a minha própria sexualidade.
Este ano, você celebrou o mês do orgulho na parada no trio da Sephora. Como foi essa apresentação?
Foi muito animado! A Parada LGBTQIAPN+ de São Paulo é a maior do mundo, um público enorme, então minha ideia foi tentar agradar todo mundo (risos) com remix de várias divas pop pra todo mundo dançar ao som da sua favorita.
Fala um pouco sobre seu último lançamento de “Perversa” com J Balvin.
Esse lançamento é a realização de um sonho pra mim. Balvin é uma referência. E é muito solícito e disposto, topou tudo que propusemos. Vejo ‘Perversa’ como um primeiro passo para a minha carreira fora do Brasil, uma mistura muy buena do nosso funk com o reaggeaton, tão popular nos outros países da América Latina.
Qual sua maior conquista até agora?
Ah, eu já realizei muitos sonhos. Tocar no Rock in Rio, no Rock in Rio Lisboa, Lollapalooza, fazer uma tour internacional, ter feats com ídolos como Anitta e JBalvin… fica até injusto eleger um só. Acredito que minha maior conquista está nas coisas que consegui proporcionar pra minha família.
Qual o significado do Mês do Orgulho pra você, como artista e como indivíduo?
Vim refletindo muito sobre isso. Acho até meio anacrônico o fato de o Brasil ter a maior Parada do mundo e, ao mesmo tempo, ser o país que mais comete violência contra a comunidade. Então, além da celebração, o mês do orgulho tem essa importância política e de conscientização. É uma honra poder fazer parte disso.
O que os fãs podem esperar nos próximos lançamentos?
Podem esperar a energia de sempre. As minhas músicas são para nada além de trazer alegria pras pessoas, fazer todo mundo dançar e se jogar. Vou seguir nessa linha.
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