A cinebiografia da lenda da música brasileira: Ney Matogrosso estreou nos cinemas no dia 1 de maio, e semanas após sair de cartaz (em algumas capitais) invadiu outras telas brasileiras.
Seguindo a mesma proporção de sucesso e impacto, o filme especialmente escrito e dirigido por Esmir Filho unido a atuação singular de Jesuíta Barbosa retratam sem pudor a trajetória pessoal e profissional de um ícone atemporal.
O cantor e intérprete brasileiro está no auge dos seus 83 anos, cheio de vida, assim como o longa feito em sua homenagem que pulsa a sua essência tanto como Ney de Souza Pereira quanto Ney Matogrosso.
A produção original da Paris Filmes é um verdadeiro tributo ao artista, com o ator principal entregando uma atuação de corpo/ alma com os trejeitos e olhares de Ney, símbolos de uma sagacidade que foi capaz de bater de frente com autoritarismos durante toda a sua trajetória.
Segundo o UOL, essa história de liberdade e sexualidade já bateu 3,1 milhões de visualizações na Netflix, sendo o primeiro do top Brasil e em quarto lugar no top global de filmes em língua não-inglesa.
Divisor de opiniões
Apesar disto, existem polêmicas que envolvem o filme Homem com H, além das cenas repletas de exploração provocativa e ousadas de corpos nus que impactam o público mais conservador. A produção pular direto para o stream antes do fim da exibição comercial em lojas digitais, conforme costume no circuito nacional.
A atitude pode prejudicar a sustentabilidade do audiovisual brasileiro, por diminuir significativamente a quantidade de audiência que vai ao cinema. O que pode comprometer a receita, a visibilidade e o acesso à experiência dentro da sala de cinema.
Mesmo que a cinebiografia perca o fôlego e o ritmo durante o segundo ato, por deixar de retratar grandes momentos relevantes como a abertura do Rock in Rio, por outras escolhas narrativas do diretor como a quantidade de “clipes musicais” que impactam no espectador na duração das mais de 2 horas do longa-metragem.
Entretanto, não dá para negar os pontos fortes de toda dedicação à atenção aos detalhes nas performances, fotografia, figurinos, caracterização que transmitem beleza, ilusão, sensualidade a cada frame, por exemplo na parte marcante de Bandido Corazón que une todos esses aspectos emocionantes.
É sem dúvidas de tirar o chapéu (e outras peças de roupas) como o simbolismo vivo é trabalhado, desde a representação cinematográfica de como do período de explosão da AIDS com alegorias até o próprio artista vivo em cima do palco anos depois vivo com a própria verdade nua e crua da masculinidade de Homem com H feita por Ney.
Confira o trailer:
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